Profissão: chato
Ao ver pela quantidade de carrinhos amarelos que circulam nas ruas, você imagina que é bem tranqüilo andar de taxi no Rio. Você pensa: “Ótimo. Vou esticar os braços, entrar num carro novinho, com ar ligado, e serei teletransportado pra casa em segurança”. Nada disso! Andar de taxi é uma das missões mais árduas que um ser humano pode ter no seu dia. E por diversos motivos. Como não tenho carro, costumo andar de taxi. Geralmente à noite porque neste horário a cidade fica menos parecida com Zurich. Independente do horário, andar de taxi é tão brabo que deve ser uma das etapas enfrentadas por monges tibetanos antes de alcançar o Nirvana. Se eles agüentarem um taxista, agüentam qualquer coisa.
Andar de taxi por si só já é uma coisa muito sinistra. É como pedir carona. Um estranho pára o carro, você entra e pede pra ele te levar pra algum lugar. Mas quem é aquele cara? E se for um malucão? Eu sempre fico olhando nos olhos dos caras pelo retrovisor pra ver se tem olhar de psicopata... Vai que o maníaco do parque e o bandido da luz vermelha resolveram comprar uma autonomia... Nunca se sabe. Fico sempre desconfiado...
Pra começar, pegar um taxi já uma missão. A sensação que tenho quando vou pegar um taxi é que sou uma gostosona fazendo topless na calçada. Nunca vi parar tanto carro ao mesmo tempo! Você estica o braço e quase é atropelado por 5, 6 carros... Parece que rola uma disputa entre eles: quem fizer a maior merda pega o passageiro! Os caras freiam do nada, cortam todo mundo, param sem seta... E você só ouve as buzinas e xingamentos como se a culpa fosse sua!
Bom, o primeiro sinal de que a coisa vai ser difícil vem assim que você tenta entrar no carro. Você puxa a maçaneta e a porta não abre. Você força e nada! Ai o motorista se dependura por cima do banco, faz uma puta contorção, e abre a porta por dentro. “É que tá com defeito”, diz o homem, abrindo a porta, antes de dar boa noite. Neste momento penso: “Vai ser uma merda”. Se o desgraçado, mão de vaca, prefere ficar fazendo toda hora esse contorcionismo desgraçado ao invés de pagar duas mariolas pra consertar isso, é porque é um escroto. Mesmo drama para fechar a porta. “Tem que bater com força”, diz o malandro lá da frente. Nessa hora a minha vontade é enfiar um tapão na orelha dele.
Na maioria das vezes que ando de taxi faço sempre os mesmos trajetos. Então já sei mais ou menos quanto dão as corridas... Não adianta. Mesmo assim acompanho aquele reloginho segundo por segundo. Não sei porquê mas eu sempre acho que o taxista está me enrolando. Nem olho pra rua. Só foco no taxímetro. Hipnotizado. Antigamente existia uma lenda que se o cara ligasse o som, o taxímetro andava mais rápido. Até hoje eu acredito nisso. Se o cara liga o som, peço pra desligar. Digo que não gosto de musica, que minha religião não permite, qualquer coisa... Mas ele não liga o som! Ta pensando o quê? Não dou mole não!
Mas ai vem a pior parte: sem o som surge a tentativa de criação de vinculo afetivo e intimidade. Uma das maiores questões que a ciência deveria responder é: Por que todo taxista quer conversar com você? Eu não gosto de conversar. Principalmente com que eu não conheço. O cara acha que só porque entrei no carro dele vamos ser melhores amigos? Não! Não vamos!!!
Para ser taxista é quase como para ser flanelinha, basta ter um rosto. Mas com um diferencial: TEM QUE SER CHATO PRA CARA*** PARA SER TAXISTA. Esta é a única exigência.
Todo taxista é meio terapeuta, meio maluco e, principalmente, meio mentiroso. Eles conhecem todo mundo, têm sempre clientes famosos, sempre aconteceu alguma coisa muito incrível com eles e, a mentira preferida de 9 entre 10 taxistas: sempre comem várias passageiras gostosas. Sim porque baranga não anda de taxi. Eles sempre comem as melhores mulheres que você já imaginou. Claro! Porque é muito comum mulheres gatas darem por ai pra homens obesos, que dirigem um carro velho e passam o dia todo sentados numa esteira de bolinha de madeira. Nada mais natural que isso. Tipo, a Juliana Paes já deve ter feito isso várias vezes...
Depois de ouvir algumas histórias sem esboçar nenhum interesse, começa a sessão de interrogatório. Andar de taxi é quase como fazer uma entrevista de emprego:
- E a amigão, você faz o quê?
- Eu trabalho
- Ah ta...Trabalha em quê?
- Numa empresa
- Que empresa?
- Numa ali no centro... De várias coisas...
- Mas você fez faculdade?
- Fiz faculdade
- Mas fez faculdade de quê?
Porra, nessa altura o cara ainda não percebeu que eu não estou afim de conversar? Mais explicito que isso só se eu gritar: “NÃO QUERO FALAR!!!”Que tanto interesse esse maldito cara tem em saber o que eu faço? A vontade é responder:
- E ai amigão, você faz o quê?
- Eu degolo taxistas...
Outra tática muito boa é inventar histórias. Agora eu invento um personagem. Digo que não faço nada da vida, ou que eu morava na China, que lá é muito bacana... As maiores loucuras que pintarem, eu mando pro taxista.
Mas a solução ideal seria criar uma bolacha daquelas verde e vermelha, tipo do Porcão. Quando o malandro abrisse a boca pra conversar, bolacha vermelha pra ele: NÃO. OBRIGADO!
Andar de taxi por si só já é uma coisa muito sinistra. É como pedir carona. Um estranho pára o carro, você entra e pede pra ele te levar pra algum lugar. Mas quem é aquele cara? E se for um malucão? Eu sempre fico olhando nos olhos dos caras pelo retrovisor pra ver se tem olhar de psicopata... Vai que o maníaco do parque e o bandido da luz vermelha resolveram comprar uma autonomia... Nunca se sabe. Fico sempre desconfiado...
Pra começar, pegar um taxi já uma missão. A sensação que tenho quando vou pegar um taxi é que sou uma gostosona fazendo topless na calçada. Nunca vi parar tanto carro ao mesmo tempo! Você estica o braço e quase é atropelado por 5, 6 carros... Parece que rola uma disputa entre eles: quem fizer a maior merda pega o passageiro! Os caras freiam do nada, cortam todo mundo, param sem seta... E você só ouve as buzinas e xingamentos como se a culpa fosse sua!
Bom, o primeiro sinal de que a coisa vai ser difícil vem assim que você tenta entrar no carro. Você puxa a maçaneta e a porta não abre. Você força e nada! Ai o motorista se dependura por cima do banco, faz uma puta contorção, e abre a porta por dentro. “É que tá com defeito”, diz o homem, abrindo a porta, antes de dar boa noite. Neste momento penso: “Vai ser uma merda”. Se o desgraçado, mão de vaca, prefere ficar fazendo toda hora esse contorcionismo desgraçado ao invés de pagar duas mariolas pra consertar isso, é porque é um escroto. Mesmo drama para fechar a porta. “Tem que bater com força”, diz o malandro lá da frente. Nessa hora a minha vontade é enfiar um tapão na orelha dele.
Na maioria das vezes que ando de taxi faço sempre os mesmos trajetos. Então já sei mais ou menos quanto dão as corridas... Não adianta. Mesmo assim acompanho aquele reloginho segundo por segundo. Não sei porquê mas eu sempre acho que o taxista está me enrolando. Nem olho pra rua. Só foco no taxímetro. Hipnotizado. Antigamente existia uma lenda que se o cara ligasse o som, o taxímetro andava mais rápido. Até hoje eu acredito nisso. Se o cara liga o som, peço pra desligar. Digo que não gosto de musica, que minha religião não permite, qualquer coisa... Mas ele não liga o som! Ta pensando o quê? Não dou mole não!
Mas ai vem a pior parte: sem o som surge a tentativa de criação de vinculo afetivo e intimidade. Uma das maiores questões que a ciência deveria responder é: Por que todo taxista quer conversar com você? Eu não gosto de conversar. Principalmente com que eu não conheço. O cara acha que só porque entrei no carro dele vamos ser melhores amigos? Não! Não vamos!!!
Para ser taxista é quase como para ser flanelinha, basta ter um rosto. Mas com um diferencial: TEM QUE SER CHATO PRA CARA*** PARA SER TAXISTA. Esta é a única exigência.
Todo taxista é meio terapeuta, meio maluco e, principalmente, meio mentiroso. Eles conhecem todo mundo, têm sempre clientes famosos, sempre aconteceu alguma coisa muito incrível com eles e, a mentira preferida de 9 entre 10 taxistas: sempre comem várias passageiras gostosas. Sim porque baranga não anda de taxi. Eles sempre comem as melhores mulheres que você já imaginou. Claro! Porque é muito comum mulheres gatas darem por ai pra homens obesos, que dirigem um carro velho e passam o dia todo sentados numa esteira de bolinha de madeira. Nada mais natural que isso. Tipo, a Juliana Paes já deve ter feito isso várias vezes...
Depois de ouvir algumas histórias sem esboçar nenhum interesse, começa a sessão de interrogatório. Andar de taxi é quase como fazer uma entrevista de emprego:
- E a amigão, você faz o quê?
- Eu trabalho
- Ah ta...Trabalha em quê?
- Numa empresa
- Que empresa?
- Numa ali no centro... De várias coisas...
- Mas você fez faculdade?
- Fiz faculdade
- Mas fez faculdade de quê?
Porra, nessa altura o cara ainda não percebeu que eu não estou afim de conversar? Mais explicito que isso só se eu gritar: “NÃO QUERO FALAR!!!”Que tanto interesse esse maldito cara tem em saber o que eu faço? A vontade é responder:
- E ai amigão, você faz o quê?
- Eu degolo taxistas...
Outra tática muito boa é inventar histórias. Agora eu invento um personagem. Digo que não faço nada da vida, ou que eu morava na China, que lá é muito bacana... As maiores loucuras que pintarem, eu mando pro taxista.
Mas a solução ideal seria criar uma bolacha daquelas verde e vermelha, tipo do Porcão. Quando o malandro abrisse a boca pra conversar, bolacha vermelha pra ele: NÃO. OBRIGADO!
Sobre o som ou aturar o taxista acho melhor o som. Vc pode até pagar um pouco mais caro, mas não tem um cara te enchendo o saco.
Você se superou neste texto. Está ótimo. Com um assunto aparentemente simples, você mostrou a verdadeira identidade dos taxistas. O que achar que você está errado, que "Faça a sua história". ;) E deixa a vida me levar...